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23 de junho de 2014

Com turismo ‘adaptado’, Socorro terá prêmio espanhol de acessibilidade

Filed under: acessibilidade,Uncategorized — vergaranunes @ 12:23

Cidade venceu na categoria para até 100 mil habitantes na América Latina.

Município paulista, a 93 km de Campinas, recebe 500 mil turistas por ano.

Turista faz arvorismo em empresa na zona rural de Socorro (Foto: Luciano Calafiori / G1)

Destino de aventura segura no país e que recebe 500 mil turistas por ano, Socorro (SP), a 93 quilômetros de Campinas (SP), recebe em abril o Prêmio Rainha Sofia de Acessibilidade Universal de Município, ortogado pelo Conselho Real para Deficiência, do governo espanhol.

A premiação será no Palácio Zarzuela, residência dos reis da Espanha, em El Pardo. O prêmio foi instituído em 2007 para contemplar cidades espanholas, mas dois anos depois o decreto foi modificado para incluir municípios da América Latina.

Socorro foi a vencedora na categoria para até 100 mil habitantes. Além desse número de moradores, a escolhida foi Canelones, no Uruguai. O valor do prêmio é de 15 mil euros.

Atividades
“Somos referência nacional em acessibilidade em prédios públicos. E temos várias atividades esportivas acessíveis para cadeirantes, como cavalgadas para paraplégicos, rafting e tirolesa, que pode ser feito com a barriga para baixo”, explica o secretário de Turismo e Cultura de Socorro, Acácio Zavanella.

A cidade, que fica na Serra da Mantiqueira e pertence ao Circuito das Águas Paulista, oferece 20 atividades de aventura, que rendeu ao município o apelido de “Cidade Aventura”. Destas, a mais procurada é o rafting, mas os turistas ainda podem testar o boia cross, canoagem, rapel entre outros.

Na questão da acessibilidade, Socorro oferece parte destas atividades esportivas para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, entre elas Rapel, arvorismo, boia-cross, acqua -ride, rafting e caminhada.

Para receber este público, hotéis e pousadas oferecem quartos adaptados e certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro)  e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), além da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta).

A cidade registra um crescimento no setor de turismo. Entre 2002 e 2014 o número de hotéis, pousadas e colônias cresceu 680%. Eram cinco e agora são 39. As empresas de aventura são nove na cidade, mas há 12 anos nenhuma estava instalada na cidade.

 

Extraído de: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2014/03/com-turismo-adaptado-socorro-tera-premio-espanhol-de-acessibilidade.html

13 de outubro de 2013

Assim Vivemos – em DVD

Filed under: acessibilidade,assim vivemos,dvd,inclusão,pessoas com deficiência — vergaranunes @ 14:08
O Festival Assim Vivemos marca a história da audiodescrição no Brasil e é referência em inclusão e acessibilidade cultural. Além disso, sem dúvida, é um espaço reconhecido para além da discussão sobre as pessoas com deficiência, é um espaço para protagonismo dessas pessoas no mundo. Agora o Festival quer ir além de suas sessões “fechadas”, quer poder chegar às mãos de todos os que não somente acreditam no projeto, mas acreditam nessas pessoas também, os que querem fazer alguma diferença neste mundo. Eu contribuí com R$ 50,00. Por que digo isto? Por duas razões: primeiro, porque sei que é pouco, mas foi o que eu podia contribuir neste momento. Segundo, porque sendo pouco, pode somar-se à contribuição de outros que podem doar somente um pouco, a juntos fazermos esse sonho virar realidade: Assim Vivemos em DVD, nas suas mãos.

elton
Caros amigos

É com grande alegria que anunciamos que está no ar o projeto do primeiro DVD de filmes do Festival Assim Vivemos para captação de apoios. Colocamos o projeto em uma plataforma de financiamento coletivo, chamada Catarse, que administra e organiza as doações. Apenas se alcançarmos o valor total orçado é que receberemos a verba para a produção do DVD. Se não, todas as contribuições serão devolvidas para os apoiadores.


Temos apenas 60 dias para conseguir atingir a meta. Por isso, precisamos de muita ajuda para que todos os interessados em filmes sobre pessoas com deficiência saibam desse meio de compra/contribuição/apoio para a realização do projeto.


Dessa vez, o projeto é um produto, o próprio DVD, e a intenção é comercializá-lo regularmente. E todos os interessados poderão se beneficiar, adquirindo-o antecipadamente ou dando um apoio maior, para ter a logo de sua instituição ligada ao produto.


Vejam no link abaixo todos os detalhes do DVD Assim Vivemos.

www.catarse.me/assimvivemos

Se conseguirmos o financiamento através da plataforma Catarse, faremos outros DVDs na sequência.


Contamos com vocês!


E para os que estão em São Paulo, lembramos que na próxima quarta-feira começa o Festival Assim Vivemos no CCBB SP.

Informações sobre o festival no site www.assimvivemos.com.br


Abraços,

Lara Pozzobon e equipe Assim Vivemos.

16 de setembro de 2013

Grupo pressiona para que editoras vendam livros digitais a cegos

Para quem quer entender a história toda, veja estes dois posts:

http://vergaranunes.blogspot.com.br/2013/09/editoras-cia-das-letras-contexto-e-gen.html
http://vergaranunes.blogspot.com.br/2013/08/a-historia-de-davi-e-golias-recontada.html

elton

Militante do Movimento Cidade para Todos, que luta pelo livro acessível, está processando três empresas

15 de setembro de 2013 | 2h 04
 
 
 

JOSÉ MARIA MAYRINK – O Estado de S.Paulo
 
O Movimento Cidade para Todos, que reivindica equipamentos e recursos de acessibilidade para facilitar a vida de deficientes visuais, está lutando para obrigar editoras a vender versões digitais de todos os livros disponíveis em seus catálogos.
Cegos são capazes de ler esses livros, independentemente do formato em que são digitalizados, com um programa leitor de tela que transforma as palavras em voz. É um passo além do Braille, sistema para leitura tátil, de aprendizado lento e de distribuição limitada. 
Cego, o psicólogo Naziberto Lopes de Oliveira, do Movimento Cidade para Todos, está processando três editoras que, segundo seu advogado, se negaram a lhe vender versões digitais de livros, sob a alegação de que o pedido contraria a lei de direitos autorais.
Oliveira perdeu a ação em primeira instância, mas ganhou em segunda, no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Como duas das três editoras – Companhia das Letras e Contexto – recorreram, o caso será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.
“Reconhecemos o direito do reclamante de comprar edições digitais e não recorremos”, declarou Francisco Bilac Pinto, advogado da GEN Editorial Nacional, também processada. Já a responsável pelo setor de direitos autorais da Companhia das Letras, Eliane Trombini, disse que, por força de liminar, a editora vende livros digitais ao psicólogo. Na Contexto, o diretor comercial Daniel Pinsky alegou que sua editora não se nega a fornecer livros digitais.
O problema, segundo Pinsky, é que Oliveira insiste em comprar da editora, em vez de procurar livrarias ou pedir os livros em instituições. “Não questionamos a acessibilidade, mas ele está tentando impor um modelo de negócio, forçando-nos a vender para ele”, diz Pinsky. 
Deficiente visual, o arquiteto Renato Barbato também enfrenta dificuldades. “Se quiser consultar uma obra de arquitetura, tenho de digitalizar as páginas e levar ao leitor de tela, algo demorado e caro”, afirma. 
Editoras e instituições costumam encaminhar os cegos para a Fundação Dorina Nowill, antiga Fundação para o Livro do Cego. “Foi uma iniciativa de méritos fantásticos, mas que produz livros em quantidade insuficiente – cerca de 150 títulos num País que lança entre 80 mil e 120 mil por ano”, diz Barbato.
Além de defender o livro acessível, o Movimento Cidade para Todos briga também pela adaptação das calçadas, poda de árvores, identificação de ônibus nos pontos e instalação de semáforos sonoros. 
 

4 de setembro de 2013

Educação Inclusiva e Tecnologia Assistiva

Parabéns ao professor Teófilo Galvão pelo exemplo de compartilhamento do conhecimento e de inclusão.
elton

Alguns livros e pesquisas sobre Educação Inclusiva e sobre Tecnologia Assistiva para download gratuito

  “O PROFESSOR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: FORMAÇÃO, PRÁTICAS E LUGARES”
MIRANDA, T. G.; GALVÃO FILHO, T. A. (Org.) O professor e a educação inclusiva: formação, práticas e lugares. Salvador: EDUFBA, 491 p., 2012.

 
“PESQUISA NACIONAL DE TECNOLOGIA ASSISTIVA”
GALVÃO FILHO, T. A., GARCIA, J. C. D. Pesquisa Nacional de Tecnologia Assistiva. São Paulo: Instituto de Tecnologia Social – ITS BRASIL e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI/SECIS, 68 p., 2012.

“AS TECNOLOGIAS NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS”
GIROTO, C. R. M.; POKER, R. B.; OMOTE, S.. (Org.). As tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. Marília/SP: Cultura Acadêmica, 2012.

“EDUCAÇÃO INCLUSIVA, DEFICIÊNCIA E CONTEXTO SOCIAL: QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS”
GALVÃO, N. C. S. S.; MIRANDA, T. G.; BORDAS, M. A.; DIAZ, F. Educação Inclusiva, deficiência e contexto social: questões contemporâneas. Salvador: EDUFBA, 354 p., 2009.

“ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR”
PIMENTEL, S. C. (Org.). Estudantes com deficiência no ensino superior: construindo caminhos para desconstrução de barreiras. Cruz das Almas-Ba: NUPI/PROGRAD/UFRB, 2013.

“TECNOLOGIA ASSISTIVA”
COMITÊ DE AJUDAS TÉCNICAS/SDH/PR. Tecnologia Assistiva. Brasília: CAT/SDH/PR, 138 p., 2009.

“TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA: APROPRIAÇÃO, DEMANDAS E PERSPECTIVAS”
GALVÃO FILHO, T. A.. Tecnologia Assistiva para uma escola inclusiva: apropriação, demandas e perspectivas. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.

“TECNOLOGÍA ASISTIVA EN ENTORNO INFORMÁTICO: RECURSOS PARA LA AUTONOMÍA E INCLUSIÓN SOCIOINFORMÁTICA DE LA PERSONA CON DISCAPACIDAD”
GALVÃO FILHO, T. A.; DAMASCENO, L. L. Tecnología Asistiva en entorno informático: recursos para la autonomía e inclusión socioinformática de la persona con discapacidad. Madrid: Real Patronato sobre Discapacidad – Ministerio de Trabajo y Asuntos Sociales, 2008.

“TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS ESCOLAS: RECURSOS BÁSICOS DE ACESSIBILIDADE SÓCIO-DIGITAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA”
Instituto de Tecnologia Social – ITS BRASIL (Org.). Tecnologia Assistiva nas escolas: recursos básicos de acessibilidade sócio-digital para pessoas com deficiência. São Paulo: ITS BRASIL, 62 p., 2008.

“INCLUSÃO DIGITAL E SOCIAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA”
GALVÃO FILHO, T. A.; HAZARD, D.; REZENDE, A. L. A. Inclusão digital e social de pessoas com deficiência. Brasília: UNESCO, 72 p., 2007.

  “AMBIENTES COMPUTACIONAIS E TELEMÁTICOS NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS COM ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL”
GALVÃO FILHO, T. A. Ambientes computacionais e telemáticos no desenvolvimento de projetos pedagógicos com alunos com paralisia cerebral. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2004.


www.galvaofilho.net

20 de agosto de 2013

A história de Davi e Golias recontada

Conheço o Naziberto, admiro sua luta por acessibilidade, em especial no tocante ao direito universal à leitura. Ele é um cara consciente da realidade que vivem as pessoas cegas, pois ele mesmo, leitor voraz, tem cegueira. É psicólogo, quer dizer, gente que já leu muito na vida. Aliás, ele já leu muito na vida. Ele sabe o valor da leitura, por isso luta para que todos tenham direito de comprar seus livros. Mas nesse “todos”, parafraseando o título do livro de Cláudia Werneck, deveria caber muito mais gente, entre eles as pessoas cegas. Por isso tudo e por muito mais, quero juntar-me a ele nessa luta, não por 20 centavos nem por uns poucos títulos, mas pelo direito à cultura, à informação, à igualdade de tratamento. elton

Companhia Das Letras, Editora Contexto e Grupo GEN editorial
contra um leitor cego:
A história de Davi e Golias recontada.
Caros amigos e parceiros do movimento cidade paratodos, acreditamos que a maioria deve conhecer ou já ouviu falar na história bíblica da luta entre Davi e Golias, um menino pastor do povo de Israel contra um soldado gigante filisteu, com cerca de 3m de altura. Chamamos a atenção para a desproporcionalidade dos combatentes, pois enquanto Golias era um enorme soldado preparado para a guerra, com escudo, armadura, lança, treinamento, o jovem Davi era apenas um pastor de ovelhas, possuindo tão somente algumas pedras e uma funda nas mãos.
Ao final conta a Bíblia que por meio da funda, uma espécie de atiradeira de couro, o jovem e franzino pastor derrubou o gigante com uma pedrada na testa e em seguida cortou-lhe a cabeça, dando a vitória ao exército de Israel.
Pois bem, há cerca de 3 anos uma nova versão dessa história bíblica vem sendo recontada em uma guerra travada na justiça por três grandes empresas editoriais brasileiras, Companhia das Letras, Editora Contexto e Grupo GEN editorial, contra uma pessoa cega, Naziberto Lopes, pelo simples direito do último de poder comprar e ler um livro. 
Os personagens dessa guerra atualizada são: 
No  lugar de Davi, Naziberto, psicólogo, pessoa com deficiência visual,  integrante do movimento cidade paratodos, armado com sua indignação contra a exclusão, a Convenção da ONU pelos Direitos das Pessoas com Deficiência e um advogado idealista, Dr. André Rotta; No lugar de Golias, três gigantes do ramo editorial, Companhia das Letras, Editora Contexto e Grupo GEN Editorial, armados até os dentes com preconceitos, discriminação, assessorias jurídicas e poder econômico para contratar os melhores advogados do país.
   
As batalhas travadas até agora foram: 
1ª. A ação inicial, em 1ª instância, impetrada por Naziberto no Fórum da cidade de São Paulo, face a recusa das editoras de lhe venderem livros digitais. ação esta que foi perdida em virtude do juiz entender que as editoras têm o direito de discriminar e excluir o leitor com deficiência visual de seu acervo, remetendo-o para as instituições especiais de caridade; 2ª.  O recurso, em 2ª instancia, onde Naziberto saiu-se vencedor, pois o desembargador responsável compreendeu que na verdade se tratava do reconhecimento de direito fundamental devassado de maneira preconceituosa e arbitrária.
A batalha final por vir: 
Será travada no Supremo Tribunal Federal, além do Supremo Tribunal de Justiça, em Brasília / DF em dia, mês e ano  incertos,  em virtude dos recursos especial e extraordinário impetrados pelas editoras junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo. No recurso as empresas editoriais alegam que é inconstitucional o direito de Naziberto de comprar e pagar junto a elas um livro no formato que lhe é possível de ser lido, afinal, por ser cego, ele precisa do formato texto eletrônico digital.
Esclarecimentos necessários aos leigos no assunto: 
1. Naziberto está solicitando a compra de livros e não a doação dos mesmos, ele quer comprar e pagar todo livro que precisar, como qualquer cidadão brasileiro, remunerando toda cadeia produtiva do livro, autor, editor, distribuidor, contribuindo assim para o aumento das vendas do mercado editorial, bem como para o aumento do baixíssimo índice de leitura per capita no Brasil.
2. Naziberto solicita o livro no formato texto digital acessível, isto é, um formato de texto eletrônico que permita ser lido em um computador adaptado para pessoas cegas, afinal, o formato convencional – impresso a tinta sobre papel –  não atende sua necessidade em face de sua limitação sensorial.
3. Muitos podem achar que ele teria pedido o formato braile, mas a leitura braile é dominada basicamente por pessoas cegas congênitas, ou seja, que nasceram com a limitação visual, o que perfaz a minoria desse público. A maioria das pessoas cegas o é em função de tê-la adquirido, ou seja, ficaram cegas durante a vida, em virtude de acidentes traumáticos ou doenças crônicas como o diabetes e o glaucoma. Essas pessoas em geral não utilizam o braile, mas sim outras tecnologias como o computador e softwares desenvolvidos especialmente para eles. 
4. Com a massificação da utilização dos computadores e o surgimento  das tecnologias assistivas, hardwares e softwares que facilitam a vida de pessoas com deficiência, pessoas com limitações físicas ou sensoriais extremas podem levar uma vida bastante independente e autônoma, desde que os bens, produtos e serviços oferecidos em sociedade também contemplem alguns princípios do desenho universal, ou seja, que atendam o maior número de pessoas possível sem necessidade de nenhuma adaptação.
5. É o caso, por exemplo,  das pessoas cegas e os programas de computador, conhecidos por leitores de tela,  que fazem a leitura, com voz sintetizada, da maioria dos aplicativos utilizados nos computadores para trabalhos em escritórios e comunicação em rede, como a Internet. Por meio de programas assim, pessoas cegas facilmente utilizam as ferramentas do Office, do Windows, Linux, navegam na Internet e comunicam-se via e-mail, Facebook, Linkedin, entre outros.
6. O livro que Naziberto solicita não precisa de nenhuma adaptação, uma vez que atualmente todo livro nasce de um editor de textos eletrônico, consequentemente acessível aos programas leitores de tela, até o momento que são impressos em papel e se tornam inacessíveis para pessoas cegas.
7. As editoras alegam o impedimento por parte da lei dos Direitos autorais, mas na própria Lei de Direitos Autorais, 9610/98, no Art. 46, Inciso I, Alínea d, fica expressamente permitida a reprodução de qualquer obra no formato eletrônico digital, para uso de pessoas com deficiência visual.
8. É estranho e incoerente as três editoras negarem esse direito de leitura a uma pessoa cega, uma vez que as três constam como parceiras de uma grande Fundação prestadora de serviços para cegos existente na cidade de São Paulo. Ver em: http://www.fundacaodorina.org.br/parceiros/
 
9. Naziberto, além de ativista de movimentos por direitos de inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência visual, também é o idealizador do site/blog www.livroacessivel.org e que há anos vem lutando pelo direito a leitura livre e independente das pessoas cegas brasileiras que até o momento é vedado. Pessoas cegas no Brasil não tem o direito de comprar ou mesmo emprestar livros em livrarias ou bibliotecas públicas, como qualquer cidadão,  porque eles não existem nesses lugares, somente alguns parcos livros estão disponíveis em instituições especiais de caridade.  
Pensando nisso, será que vale a pena continuarmos comprando livros e enriquecendo os donos dessas editoras tão preconceituosas, discriminadoras e que desrespeitam os direitos humanos fundamentais de uma pessoa pelo simples fato dela possuir uma deficiência?
Por fim, solicitamos a todos que quiserem ajudar a evitar que essa injustiça e esse massacre de direitos, como o direito a leitura, continue, que republiquem essa notícia em todos os lugares que puderem, afinal, na época bíblica apenas a funda e uma pedrada certeira de Davi foram suficientes, mas hoje, face ao batalhão de advogados que o poder econômico pode comprar, se não for com a ajuda de todos, será muito difícil jogar por terra os Golias do preconceito e da discriminação.
Atenciosamente,
Grupo cidade paratodos acessibilidade
Visite nossa página no Facebook: www.facebook.com/cidade.paratodos.acessibilidade/

3 de julho de 2013

Homenagem a Marco antônio de Queiroz – MAQ

Disponível em http://youtu.be/Hpa3kYKtZIA


Por que partem, tão prematuramente, amigos queridos?

Partem sem avisar, sem se despedir, e nos deixam órfãos e perplexos, aturdidos com a dureza da separação.

Marco Antônio de Queiroz, MAQ, como gosta de ser chamado, é autor do livro “Sopro no corpo: vive-se de sonhos”, com quatro edições em sua primeira versão, de 1986, e edição complementar, em 2005, atualizadora.

Prefacista do livro “Inclusão escolar: à flor da pele”, de Rose Reis de Souza, UNIP, 2010.

Criador do site “Bengala Legal”, ganhador do Prêmio Todos@Web, categoria “Instituição e Personalidade Web”, organizado pelo W3C Brasil, CGI Brasil – Comitê Gestor da Internet, junho de 2012.

Voto de Louvor da Câmara dos Deputados Federal, por seu trabalho em acessibilidade web, encaminhado pela deputada Rosinha da Adefal e atendida e realizada pelo deputado Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados em julho de 2012.

Com intensa participação no movimento da audiodescrição no Brasil, MAQ foi o primeiro jurado com deficiência visual do Festival de Cinema Internacional Assim Vivemos, coordenado pela Lavoro Produções, em 2007, festival em que todos os filmes são audiodescritos.

Prefacista do livro “Audiodescrição: transformando imagens em palavras”, de Lívia Motta e Paulo Romeu Filho, 2010.

Em 2008, foi aclamado “Embaixador da Audiodescrição no Brasil” pelos participantes do 1º Encontro Nacional de Audiodescritores.

Pioneiro na luta e divulgação desse recurso ainda recente, rio e festejou todos os avanços conquistados, chorou todos os tropeços, sempre confiante no sucesso dessa causa.

Texto de Lívia Motta e Paulo Romeu. Narração de Lúcia Maria.

19 de julho de 2011

Restaurante barra estudante com cão-guia no Rio

Filed under: acessibilidade — vergaranunes @ 18:10

Clarissa Thomé – O Estado de S.Paulo

Segundo gerente, os clientes ficariam incomodados com o animal. Ela vai processar o estabelecimento

A estudante Camila Araújo Alves, de 21 anos, decidiu processar o restaurante Espelunca Chic, em Copacabana, zona sul do Rio, depois de ter sido impedida de entrar no estabelecimento com seu cão-guia. Camila tentou fazer valer a lei federal de 2005, que garante a circulação desses animais em locais públicos e privados. Até o PM que ela chamou ao ser barrada no estabelecimento disse desconhecer a legislação. 
Camila está há oito meses com a cadela Pucca
 A estudante recebeu recentemente a cadela Pucca do projeto Cão-Guia Brasil, depois de dois anos de espera. Ela já foi impedida de entrar em transporte público e passou constrangimento em outros locais públicos.
O episódio no restaurante ocorreu na noite de sábado. Ela e amigas tentaram entrar no Espelunca Chic, mas o gerente disse que ela não precisaria do cão-guia porque estava acompanhada. Alegou ainda que a casa estava cheia e os clientes não gostariam da presença do cachorro.
“Eu mostrei para ele a cópia da lei e um homem que se apresentou como advogado do gerente disse que a lei não era clara e que não valia para um local de lazer, o que é um absurdo”, afirmou. O pior ainda estava por vir. O PM que fazia a ronda na rua disse que também desconhecia a lei. Diante da insistência do grupo, chegou a ameaçar Camila e as amigas de prisão por desacato.
Além da ação, o advogado Francisco Celso Rodrigues vai fazer uma representação contra o restaurante na Secretaria Especial de Direitos Humanos. “Vou levar esse caso adiante para que isso não se repita com outras pessoas”, afirmou Camila. 
O proprietário da rede Espelunca Chic, Roberto Zaccaro, lamentou o ocorrido e pediu desculpas pelo comportamento do gerente. “Infelizmente, ele não me telefonou para buscar orientação. Na unidade da Gávea temos uma cliente que comparece com seu cão-guia e nunca teve nenhum problema.”
Autonomia. Cega desde os 15 anos por causa de retinose pigmentar (doença genética que atinge a retina e o nervo óptico), a estudante está com Pucca há oito meses. “Ela mudou minha vida. Hoje tenho muito mais autonomia. E ela não ataca, não late, só faz as necessidades em horários programados. Em um local público, ela deita e dorme”, contou. “Mas já penso duas vezes antes de sair com ela. Não dá para entrar em uma briga todo dia”, diz. 
 
(Publicado em http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110713/not_imp744152,0.php)

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