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28 de abril de 2014

Mãe espanca bebê de 10 meses

Filed under: Uncategorized — vergaranunes @ 21:39
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Não sou audiodescritor. O texto a seguir está longo e está cheio de interpretações. A intenção não é mostrar minha competência (ou incompetência) de fazer um roteiro de audiodescrição de um vídeo, mas registrar cada golpe sofrido pela criança durante os pouco mais de quatro minutos de duração da filmagem de sua seção de tortura.

A mulher que bate na criança no vídeo foi presa um ano após o fato ter ocorrido (Quantas vezes ainda essa criança sofreu esse horror??). O vídeo é de maio de 2011, aconteceu na Malásia. A condenação foi de apenas 18 meses. A esta altura ela já deve estar fora da prisão. A criança que estava com outra família terá voltado para os braços dessa mamãe??

Descrição do vídeo

O vídeo mostra uma criança de 10 meses deitada de bruços sobre um cobertor colocado no chão, chorando.

A mãe, sentada ao seu lado, bate fortemente na cabeça da criança com uma almofada que segura com as duas mãos, para ter mais força. Depois de deferir oito pancadas com o travesseiro, na cabeça e nas costas do bebê, devido a seu pequeno tamanho, dá-lhe um forte golpe na cabeça, derrubando o bebê que tentava levantar-se. Logo, pega um objeto e o lança na cabeça da criança, enquanto outra mulher lhe chama a atenção.

A mulher para por alguns segundos, e logo lhe dá quatro bofetadas no rosto da criança, enquanto a outra mulher lhe chama a atenção novamente. Ao fundo, aparece uma outra criança, com cerca de cinco anos. A mulher novamente para por poucos segundos, e logo começa a beliscar o braço esquerdo do bebê. Dá-lhe um beliscão, e logo dá-lhe outro e para fazê-lo com mais força, segura com uma mão o braço da criança e com a outra aplica-lhe um beliscão com bastante força, e depois na perna.

Novamente para e fica olhando para a criança; retoma o travesseiro e dá-lhe sete golpes pelas pernas, costas e cabeça, sem parar. A mulher para por vários segundos. Duas crianças se aproximam pela lado esquerdo da tela, e observam a certa distância a cena, sem dizer nada, a mãe olha o bebê que parece perder as forças, sempre com o rosto protegido pelas mãos. Depois de certo tempo, a mulher grita com a criança e logo afirma a cabeça da criança com a mão esquerda, enquanto com a direita parece tentar machucar o nariz do bebê.

Novamente a mulher para por vários segundos, olhando silenciosamente a criança chorando, enquanto a outra mulher segue falando. O bebê consegue levantar o rosto e estica os braços, em posição de engatinhar, e logo sua mãe pega a almofada e o derruba com um forte golpe na cabeça; a criança cai de rosto no chão. Tenta novamente levantar-se, e a mãe reage golpeando três vezes seguidas com a almofada, agora de lado, para que os golpes possam ter mais força. A criança cai novamente e a mãe passa a dar-lhe pontapés na altura das costelas, pelo lado esquerdo. Quatro chutes. A outra mulher novamente chama a atenção da mãe. A criança cai novamente, a mãe, sem muita demora, defere mais quatro golpes com a almofada pelas costas da criança. Uma menina novamente aparece na parte esquerda da tela, olhando a cena, enquanto o bebê tenta levantar-se ainda uma vez mais. A criança consegue dar dois passos engatinhando para frente. A mãe não permite, empurrando-o por quatro vezes na cabeça, até atirá-lo novamente no chão. A criança fica deitada de lado, de frente para a mãe, que a olha diretamente. A mulher novamente pega a almofada e defere um forte golpe na cabeça do bebê. A criança não consegue sustentar-se nos braços mas tenta levantar-se e a mulher novamente o empurra para que caia. A cena se repete. A mulher segue empurrando a criança, cada vez que a mão ou a perna do bebê toca na perna da mulher. A criança está caída, com as pernas esticadas. A mãe lhe dá quatro palmadas na perna direita, por trás da panturrilha. A menina novamente olha a cena a certa distância.

A criança parece ter perdido as forças para reagir, e a mãe olha-a fixamente. De repetente lhe dá um forte tapa no rosto, exatamente no momento em que a criança tentava levantar-se. Cai novamente. Agora já não tenta engatinhar, mas arrastar-se. A mãe segue dando-lhe palmadas. A criança já não levanta, chora apenas; a mãe segura algo como um chinelo de borracha e dá quatro golpes na perna direita do bebê.

14 de abril de 2014

A vida (quase) secreta das pessoas com deficiência

Filed under: Uncategorized — vergaranunes @ 11:16

A audiodescritora, pesquisadora e batalhadora pela inclusão social das pessoas com deficiência e pela acessibilidade, minha amiga virtual Lucia Maria traz um novo post em seu blog Outros Olhares. Vale a pena conferir.

 

A paulistana Maria Eugênia é dona de casa, tem 64 anos e um único neto, o Luís Felipe, que neste mês completa doze anos de idade. O Luís Felipe é cego. “Antes do Felipe, eu nem imaginava como era ter uma deficiência e a única coisa que sentia era pena dessas pessoas”, conta em um longo email. “Via campanhas de arrecadação de dinheiro para instituições assistenciais na televisão, todo mundo sorrindo, eu ficava feliz por serem acolhidas e cuidadas pela sociedade, já que achava que não podiam mesmo estudar, trabalhar ou casar – aliás, achava que nem eram em número tão grande porque a gente quase não vê cadeirantes e cegos pelas ruas”.

Hoje, a opinião da Maria Eugênia é outra: “O preconceito contra quem tem deficiência é enorme, a desinformação sobre o assunto é geral e as medidas realmente inclusivas quase não existem, principalmente para os cegos. O discurso do governo é um e a prática é bem outra. Muitas ações para a imprensa ver, mas que nem de longe atendem às reais necessidades de quem tem deficiência. Somos uma família de leitores, lembro da farra que eram as reuniões com colegas de escola para fazer trabalhos, aquele monte de livros indicados pelos professores espalhados sobre a mesa para a gente discutir e consultar. Fico triste porque o Felipe não tem acesso a eles, as editoras não vendem os livros nos formatos digitais acessíveis, as bibliotecas não são acessíveis e livro é uma das coisas de que ele mais gosta na vida! Hoje, já quase nem entro mais em livrarias, de tanto desgosto. Os livros não são acessíveis, as cidades não são acessíveis, a televisão também não! Nada que é para todo mundo é para ele. O esforço dos cegos para estudar, para ter acesso à cultura e à vida social é muito grande e maior ainda para se equiparar aos colegas que enxergam. Nossa preocupação é que, mesmo que o Felipe conclua uma faculdade, como é que vai conseguir um bom emprego?”

Boa pergunta. O consultor, palestrante em acessibilidade e ativista Flávio Scavasin que o diga. Tem 53 anos, é formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e dono de um consistente currículo que inclui a gestão do Parque Villa-Lobos, em São Paulo. É monocular, ou seja, enxerga com apenas um dos olhos, e utiliza uma prótese em uma perna. Para fazer um teste de empregabilidade e comprovar o que já é mais do que sabido, Flávio digitou seu currículo para uma das melhores vagas oferecidas pela mais conhecida agência de empregos online do país. Ao colocar sua deficiência, a vaga simplesmente desapareceu!!! Mas voltou, como mágica, assim que ele digitou o mesmo currículo sem mencionar a deficiência…

Relatou o episódio durante o recente fórum “Sou Capaz – Promovendo a Inclusão Profissional”, realizado no dia 31 de março pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em São Paulo, com um painel de palestrantes composto, entre outros, por representantes do governo municipal, das empresas Mahle, Metso Brasil e Pirelli e auditores fiscais do trabalho. Ouviu que muitas empresas contam com parceiros externos para a seleção de pessoas com deficiência e outras nem conhecem estes canais de acesso; que as vagas existem e não há discriminação quanto a seu preenchimento por pessoas com deficiência, bastando que sua deficiência não atrapalhe a execução da função; e que por conta da dificuldade da educação e formação profissional das pessoas com deficiência, o maior número de vagas acaba sendo mesmo para os cargos com pouca qualificação.

Quanto à ínfima ocupação de cargos gerenciais e executivos por pessoas com deficiência, os  argumentos foram de que o recrutamento para os cargos mais altos é feito dentro das próprias empresas, que optam por promover seus funcionários em vez de buscar profissionais no mercado;  que para algumas especialidades não há profissionais capacitados nem com nem sem deficiência; e, claro, a resposta-padrão quando não se tem uma resposta: que esta é uma questão latente que precisa ser mais discutida, mais aprofundada em mais encontros, mais debates etc. etc. etc.

O sopro de ar fresco do fórum veio de Grácia Fragalá, ex-executiva das áreas de segurança e saúde no trabalho do grupo Telefônica e atual consultora da FIESP, ao afirmar que nas empresas, as áreas da segurança e da saúde do trabalhador são restritas ao ambulatório, à análises de acidentes e à expressão “não pode”; são áreas vistas como centros de custos e não de investimentos; que a empresa só olha para tudo o que a pessoa com deficiência não pode fazer; e que o foco está mesmo apenas no cumprimento de exigências legais.

Já a coordenadora nacional do projeto de inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, Fernanda Maria Pessoa Di Cavalcante, uma das palestrantes do Fórum Lei de Cotas e Trabalho Decente para Pessoas com Deficiência, realizado no último dia 11, na feira Reatech, em São Paulo, afirmou que são muito poucas as empresas que cumprem a Lei de Cotas espontaneamente. “Pergunto a empresários se contratariam pessoas com deficiência se não houvesse obrigatoriedade e fiscalização e a resposta é sempre não”, diz.

O mais preocupante, segundo Fernanda, é constatar que em 2012 ficaram apenas 6% do percentual de pessoas com deficiência incluídas – costumam ser demitidas depois que a fiscalização é realizada. “Mas a Lei de Cotas ainda é, infelizmente, o grande instrumento de inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho”, conclui. No mesmo fórum, o secretário estadual de inclusão da pessoa com deficiência da Força Sindical de São Paulo, João Batista da Costa, afirmou que “de cada quatro trabalhadores com deficiência no Brasil, apenas um está empregado”.

Ainda neste fórum, o consultor e ativista de direitos Romeu Kazumi Sassaki apresentou e comentou as recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a Boa Inclusão. Aí vão algumas delas, tão necessárias quanto urgentes: fomentar o autoemprego e as empresas sociais, como, por exemplo, as cooperativas; incentivar o acesso ao crédito financeiro; melhorar o trabalho decente nas economias rurais; equacionar o trabalho informal, para que deixe de ser clandestino e assegure direitos ao trabalhador; implementar a acessibilidade nos espaços virtuais, quase esquecida em detrimento das adaptações de ambientes físicos; e que a inclusão, com as discussões envolvendo basicamente a iniciativa privada, também seja cobrada no setor público, no governo – espaços muitas vezes restritivos demais.

Flávio Scavasin brinca que, se nos anos 1970 só o que os governos faziam no Brasil era construir estradas e aeroportos pela visibilidade que traziam, estamos agora na década dos eventos e é um atrás do outro. Só que, infelizmente, o que se nota é que, cada vez mais, os encontros, debates, seminários e simpósios sobre inclusão têm sido apresentados por quem não tem deficiência e, também cada vez mais, para plateias formadas em sua quase totalidade por pessoas sem deficiência. Em um meio onde quase não existe luta por direitos básicos, como esperar mudanças efetivas se a já pequena participação dos maiores interessados parece diminuir? Às vezes, nada é mesmo tão ruim que não possa piorar.   

email: outrosolhares@terra.com.br   

twitter: OutrosOlharesAD

 

(Extraído de: http://outrosolhares.blog.terra.com.br/2014/04/14/a-vida-quase-secreta-das-pessoas-com-deficiencia/)

9 de abril de 2014

Carga tributária de produtos para pessoas com deficiência chega a 99%

Filed under: absurdo,pessoas com deficiência,tecnologia assistiva — vergaranunes @ 11:46

Carga tributária de produtos para pessoas com deficiência chega a 99%.

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